Tesouro dos EUA tem instrumentos caso precise intervir no mercado de títulos, diz secretário

2025-04-15     IDOPRESS

Scott Bessent,secretário do Tesouro dos EUA,em uma entrevista para a televisão do lado de fora da Casa Branca depois do anúncio de Trump sobre tarifas recíprocas — Foto: Kent Nishimura/Bloomberg

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GERADO EM: 14/04/2025 - 20:16

Secretário do Tesouro dos EUA minimiza queda dos títulos americanos

O secretário do Tesouro dos EUA,Scott Bessent,minimizou a recente queda dos títulos americanos,descartando que países estrangeiros estejam vendendo em massa seus títulos. Ele afirmou que o Tesouro dispõe de ferramentas para intervir caso necessário,incluindo um programa de recompra de títulos. Bessent também ressaltou que a queda se deve à desalavancagem e não a ações de governos estrangeiros.

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O secretário do Tesouro dos EUA,minimizou a recente liquidação no mercado de títulos,rejeitando especulações de que países estrangeiros estariam se desfazendo de seus títulos do Tesouro americano. Ele destacou que o departamento tem instrumentos para lidar com eventuais distorções,caso necessário.

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“Não acho que esteja havendo uma venda em massa” por parte de investidores estrangeiros,disse Bessent em entrevista à Bloomberg Television nesta segunda-feira,durante uma visita a Buenos Aires,Argentina. Ele apontou o que classificou como aumento na demanda estrangeira nos leilões de títulos do Tesouro de 10 e 30 anos da semana passada.

Bessent reiterou sua interpretação de que a queda nos títulos se deve principalmente à desalavancagem. “Não há indícios de que sejam os governos estrangeiros” por trás da queda,afirmou.

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“Estamos muito longe” de precisar tomar medidas,disse ele. Mas “temos um arsenal robusto que podemos utilizar” se necessário. Entre esses instrumentos está o programa de recompra de títulos antigos,disse Bessent. “Podemos aumentar as recompras,se quisermos.”

O Tesouro iniciou no ano passado o primeiro programa regular de recompra desde 2000-2002,com o objetivo de melhorar a liquidez de títulos mais antigos,que são negociados com menor frequência do que os mais recentes,conhecidos como on-the-run Treasuries.

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Em episódios anteriores de intervenção oficial no mercado,o principal ator tem sido o Federal Reserve,comprando grandes volumes de dívida no mercado secundário.

Maior queda desde 2001

Na semana passada,os Treasuries registraram sua maior queda semanal desde 2001,acompanhada de uma desvalorização do dólar — o que alguns participantes do mercado interpretaram como sinal de perda de confiança internacional nos ativos americanos.

Indagado se Powell estaria preocupado,respondeu: “Acho que teríamos ouvido algo do presidente do Fed se fosse o caso.”

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Ele também afirmou que o cronograma para entrevistas com candidatos à sucessão de Powell,cujo mandato termina em maio do ano que vem,deve acontecer “em algum momento no outono [do hemisfério norte]”.

Bessent reafirmou seu respeito pela independência do Fed na condução da política monetária,chamando-a de “uma joia que deve ser preservada”. Já em relação à regulação financeira,disse que há espaço para mais debate,dado que o Fed é apenas um dos reguladores bancários.

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Ex-gestor de fundo de hedge,Bessent disse que uma das lições de sua carreira foi “não olhar para o que acontece em uma semana”. A história de negociações “é a cicatriz que permanece com você”,comentou,lembrando o colapso do Long Term Capital Management em 1998,que segundo ele “não teve nada a ver com outra coisa” além do uso excessivo de alavancagem por investidores.

Status do dólar

Bessent rejeitou preocupações de que a queda simultânea dos Treasuries e do dólar na semana passada indicasse que os EUA estariam perdendo seu status de porto seguro.

“Continuamos sendo uma moeda de reserva global” e ainda há uma “política de dólar forte”,afirmou.

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O secretário do Tesouro também contestou a declaração da China,que chamou os aumentos tarifários impostos pelo presidente Donald Trump sobre produtos chineses de “piada”.

“Talvez o ministro do comércio tenha um senso de humor diferente,mas não vejo nada de engraçado nisso”,disse Bessent.

Sobre as negociações comerciais,ele afirmou que há uma vantagem para quem age primeiro. “Normalmente,quem faz o acordo primeiro consegue o melhor acordo.”

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Ele também disse que talvez não haja um “documento” comercial formal ao final dos 90 dias de pausa anunciados por Trump para parceiros comerciais além da China na semana passada,mas que pode haver um “acordo de princípio” que permita aos EUA e à nação parceira avançarem.

Bessent estava em visita à Argentina para demonstrar apoio ao país após o recebimento de uma nova rodada de financiamento do FMI na semana passada,e se reuniu anteriormente com o presidente Javier Milei,um conhecido apoiador de Trump.

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