Mesmo com juro alto, os mais pobres têm expectativa de inflação alta no Brasil

2025-03-20     HaiPress

Consumidor é mais sensível a variações nos preços de alimentos,como ovo e café — Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/10-01-2025

RESUMO

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GERADO EM: 19/03/2025 - 22:55

Famílias de baixa renda preveem inflação alta apesar da Selic elevada

Mesmo com a taxa Selic elevada a 14,25%,brasileiros,especialmente os mais pobres,esperam inflação alta. O governo revisou a previsão de inflação para 4,9%,acima do teto de 4,5%. Pesquisa da FGV Ibre revela que famílias de baixa renda preveem inflação de 9,8% nos próximos três anos,refletindo sensibilidade a aumentos em preços básicos. Em contraste,o mercado financeiro projeta taxas menores para o futuro.

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O Ministério da Fazenda manteve a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,3% para este ano,a mesma variação prevista para 2026,mas revisou para cima a da inflação. A previsão subiu de 4,8% para 4,acima do teto da meta,que é de 3% e cujo intervalo de tolerância vai até 4,5%.

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Uma pesquisa mostra que,no sentimento da população,essa alta dos preços será bem mais intensa. Particularmente para os mais pobres.

A inflação acumulada em 12 meses até fevereiro foi de 5,1%,puxada,principalmente,pelo aumento nos preços monitorados,como energia elétrica e transportes,e pela alta dos bens industriais.

Em contrapartida,a inflação de alimentos desacelerou,passando de 8,2% em dezembro,para 7,1% em fevereiro,graças à queda nos preços de itens como batata,banana e leite.

A equipe econômica pontuou que as medidas tomadas para conter o avanço nos preços dos alimentos podem contribuir para a melhora do cenário,assim como a manutenção do câmbio em um patamar mais próximo de R$ 5,80.

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Os brasileiros,no entanto,esperam uma inflação elevada pelos próximos três anos,segundo o novo indicador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

Antecipado ao GLOBO,o índice vai medir mensalmente as expectativas de inflação para os próximos três anos e foi criado para complementar o já existente,focado em 12 meses. Os dados são obtidos através da Sondagem do Consumidor do instituto.

O indicador mostra que,em fevereiro,as pessoas de menor renda (que ganham até R$ 2.100) esperavam que a inflação ficasse em torno de 9,8% nos próximos três anos. Já entre as famílias que ganham acima de R$ 9.600,a expectativa foi de 5,7% ao ano.

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As famílias de menor poder aquisitivo tendem a achar que os preços subirão com mais força no futuro,explica Anna Carolina Gouveia,economista do FGV Ibre responsável pela Sondagem do Consumidor,porque são mais sensíveis à variação de preços básicos,como os de alimentos e energia:

— Se o consumidor tem a sensação de que há uma aceleração dos preços,de que todo mês há um aumento dos preços,a expectativa (de longo prazo) aumenta.

Não por acaso,as estimativas de inflação dos que ganham menos subiram no fim do ano passado,para atingir o pico de 10,4% em janeiro. Isso coincidiu com sucessivas altas nos preços dos alimentos,que aumentaram mais de 1% ao mês entre outubro e janeiro,segundo dados do IBGE.

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— Essa percepção de alta dos preços,inclusive dos alimentos,tem influenciado essa expectativa de aumento da inflação para os consumidores — diz Anna Carolina.

As expectativas apuradas pelo FGV Ibre contrastam com as registradas no Boletim Focus,do Banco Central,que reúne as projeções do mercado financeiro. As previsões para o IPCA,usado na meta de inflação,do Focus divulgado na segunda-feira eram de 4,48% em 2026,4% em 2027 e 3,78% em 2028.

— O consumidor é mais sensível a qualquer variação,como vemos agora as variações do preço do ovo e do café. E isso gera um pessimismo grande no consumidor — diz Anna Carolina. — A inflação acaba sendo percebida de forma diferente entre as pessoas pelo acesso à informação,pelo nível de renda e outros fatores.

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