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Como o Google convenceu sócios da Wiz a vender empresa de cibersegurança? A resposta é bilionária
2025-03-19
IDOPRESS
Alphabet,controladora do Google,teve que aumentar a oferta para convencer fundadores da Wiz a venderem a empresa — Foto: Bloomberg
RESUMO
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Alphabet adquire startup israelense Wiz por US$ 32 bilhões após oferta inicial recusada
Investidores da Wiz inicialmente recusaram uma oferta de US$ 23 bilhões do Google,temendo bloqueios regulatórios. No entanto,a Alphabet aumentou a proposta para US$ 32 bilhões,o que levou a startup israelense a aceitar. A Wiz,fundada por veteranos das Forças Armadas de Israel,será integrada ao Google Cloud,fortalecendo a gigante no mercado de segurança na nuvem.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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No verão (do Hemisfério Norte) passado,investidores convenceram os fundadores da startup de cibersegurança Wiz a recusar uma oferta de aquisição de US$ 23 bilhões do Google. Eles temiam que o governo dos EUA bloqueasse o acordo e argumentaram que a Wiz teria mais vantagens permanecendo como uma empresa independente.
Ontem,os fundadores da Wiz anunciaram que mudaram de ideia.
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A decisão foi facilitada pelo fato de a Alphabet,ter aumentado a oferta para US$ 32 bilhões em dinheiro — um valor considerável para uma empresa fundada em Tel Aviv há apenas cinco anos.
As companhias esperam que o acordo seja concluído no próximo ano e apostam em um ambiente regulatório mais favorável sob o governo do presidente Donald Trump,embora ainda existam obstáculos.
A Wiz será incorporada ao Google Cloud,o que pode ajudar a gigante das buscas a ganhar participação no competitivo mercado de segurança na nuvem.
O acordo foi fechado rapidamente,com a primeira reunião ocorrendo há apenas uma semana e meia em Nova York,segundo uma pessoa familiarizada com o assunto ouvida pela agência Bloomberg. Os termos foram baseados na proposta feita no ano passado.
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A Wiz avaliava duas opções: aceitar a proposta da Google ou seguir adiante com uma rodada de financiamento planejada para este ano,no valor de cerca de US$ 1 bilhão,o que levaria a uma avaliação da empresa em aproximadamente US$ 25 bilhões.
No entanto,a startup optou por aceitar a oferta maior,levando em conta as mudanças no cenário regulatório sob Trump e a oportunidade de acelerar seu crescimento para se tornar a maior empresa de cibersegurança do mundo. Atualmente,a Microsoft lidera esse setor.
Crescimento rápido
Fundada por quatro veteranos das Forças Armadas de Israel,incluindo o CEO Assaf Rappaport,a Wiz surgiu no momento em que a pandemia levou mais empresas a migrarem para a nuvem. A empresa ajudou a desenvolver novas formas de detectar,priorizar e corrigir ameaças e falhas,superando concorrentes tradicionais que enfrentavam dificuldades para se adaptar a um ambiente computacional mais complexo.
O rápido crescimento da Wiz transformou seus quatro cofundadores nos mais novos bilionários de Israel. Cada um deles possui 9,3% da empresa,segundo uma fonte familiarizada com sua estrutura,que pediu anonimato. Com base no preço da venda,isso significa que cada fundador agora tem uma participação avaliada em quase US$ 3 bilhões.
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Além disso,um bônus de retenção de US$ 1 bilhão será oferecido aos funcionários da Wiz que permanecerem na Google,segundo uma pessoa próxima ao acordo,que não especificou o período exato da oferta.
Rappaport,que sempre minimizou questões sobre recompensas financeiras,disse no ano passado que aluga o mesmo apartamento em Tel Aviv há mais de uma década.
Por trás de sua postura discreta e de seu estilo casual — usando camisetas,calças cáqui e tênis —,Rappaport é um negociador astuto,às vezes implacável,segundo pessoas que o conhecem.
— Ele pode ser extremamente carismático,pessoal e caloroso — diz Gili Raanan,fundador da Cyberstarts,empresa israelense de capital de risco e um dos primeiros investidores da Wiz. — Mas também pode ser muito decisivo,analítico,impiedoso e orientado por dados. Essas duas facetas coexistem.
Encontro no exército
Os fundadores da Wiz — Rappaport,Yinon Costica,Ami Luttwak e Roy Reznik — se conheceram na Talpiot,uma academia militar de elite em Israel. Além de expor os recrutas a diferentes partes das Forças Armadas,Talpiot os treina em ciência,matemática e computação. Rappaport disse que dirigiu tanques,saltou de paraquedas,recebeu treinamento em inteligência e “explodiu coisas”.
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Em 2012,o quarteto criou a empresa Adallom,nome inspirado em uma expressão hebraica que significa “até aqui” ou “última linha de defesa”. A startup ajudava empresas a proteger aplicativos baseados na nuvem usados por funcionários — uma vulnerabilidade pouco explorada na época,segundo Neil MacDonald,vice-presidente e analista da empresa de consultoria Gartner.
— As organizações não tinham nenhuma visibilidade. Nenhuma — disse MacDonald. — A Adallom ajudou a resolver esse problema.
Três anos depois de sua fundação,a Microsoft adquiriu a Adallom por US$ 320 milhões,e os fundadores se juntaram à gigante da tecnologia para desenvolver sua divisão de segurança na nuvem. Rappaport disse que,inicialmente,eles planejavam ficar apenas dois anos.
No fim,permaneceram por cinco anos criando produtos de cibersegurança em larga escala e aproveitando o acesso a financiamento e talentos,antes de decidirem fundar uma nova empresa.
No início,a equipe trabalhava em um pequeno escritório de duas salas em Tel Aviv. Após entrevistar mais de 100 clientes e profissionais do setor,perceberam uma lacuna não atendida na segurança na nuvem.
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A recém-criada Wiz mirou um segmento diferente e mais amplo do mercado de segurança na nuvem do que a Adallom,oferecendo uma ferramenta capaz de operar em diversas plataformas e identificar e priorizar riscos em ambientes computacionais cada vez mais complexos.
A migração acelerada para a nuvem durante a pandemia impulsionou o crescimento da Wiz. A empresa também contou com uma lista de investidores renomados,incluindo Sequoia Capital,Insight Partners,Index Ventures e Cyberstarts,alguns dos quais já haviam investido na Adallom.
No total,a Wiz levantou mais de US$ 1,9 bilhão de investidores como SoftBank Vision Fund,Andreessen Horowitz,Blackstone Group,o CEO da LVMH Bernard Arnault e o ex-CEO da Starbucks Howard Schultz.
— A Wiz parecia a primeira oportunidade em muito tempo de construir uma plataforma de segurança realmente inovadora,basicamente desde a CrowdStrike — disse Philip Clark,da Thrive Capital,em entrevista no ano passado,referindo-se à gigante da cibersegurança CrowdStrike Holdings Inc.
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Ele também destacou que a combinação de talentos dos quatro fundadores foi essencial para o sucesso da empresa.
Quando o Google demonstrou interesse na Wiz no ano passado,Rappaport considerou a cultura da empresa compatível e ficou cada vez mais entusiasmado com a possível parceria. O Google intensificou seus esforços para conquistar a startup,chegando a redigir um contrato de emprego fictício para Mika,a cachorra de Rappaport.
No entanto,na data-limite definida para a decisão,Rappaport cancelou o acordo às 4h da manhã,enviando um e-mail para seus funcionários,que haviam passado a noite no escritório de Tel Aviv.
— Não posso acreditar que estou dizendo não para uma aquisição de US$ 23 bilhões — disse ele em entrevista no ano passado. Mas,naquele momento,não queria abrir mão da “oportunidade única de construir a maior empresa de cibersegurança do mundo”.
Em janeiro,a Wiz contratou um diretor financeiro,aumentando as especulações sobre uma possível abertura de capital. Mas Rappaport insistiu que não tinha pressa. Essa parte da jornada,pelo menos,terminou ontem.
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