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Descoberta de crematórios clandestinos no México levanta suspeita de encobrimento e revolta população; veja fotos
2025-03-18
IDOPRESS
O local,descrito por ativistas como “campo de extermínio”,teria sido usado por cartéis para assassinar pessoas desaparecidas — Foto: Ulises Ruiz / AFP
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 17/03/2025 - 18:44
Descoberta de Crematórios Clandestinos em Jalisco Choca o México
A descoberta de crematórios clandestinos no estado de Jalisco,México,gerou indignação e suspeitas de encobrimento pelas autoridades. Descrito como "campo de extermínio",o local era usado por cartéis para assassinar desaparecidos. A Warrior Searchers of Jalisco encontrou restos mortais e itens pessoais no local. Protestos ocorreram em várias cidades,pedindo justiça e investigação federal. Autoridades são acusadas de negligência na detecção anterior do local.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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A recente descoberta de crematórios clandestinos em uma fazenda no estado de Jalisco,no México,provocou uma onda de protestos e suspeitas sobre um possível encobrimento por parte das autoridades. O local,descrito por ativistas como um “campo de extermínio”,teria sido usado por cartéis para assassinar pessoas desaparecidas.
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O grupo Warrior Searchers of Jalisco,dedicado a encontrar desaparecidos,revelou à CNN que encontrou a fazenda no início deste mês. Segundo a organização,o local seria um centro de operações de um grupo criminoso,onde vítimas eram levadas à força para recrutamento e treinamento. Lá,o grupo localizou três crematórios com restos mortais incinerados escondidos sob uma camada de terra e diversos itens pessoais,como roupas,sapatos,mochilas,identidades e listas de nomes.
Indira Navarro,representante da Warrior Searchers,afirmou que a existência desses tipos de “centros de recrutamento forçado e extermínio” era um “segredo aberto”,mas que nunca haviam conseguido acessar um até o dia 5 de março,quando entraram na propriedade localizada em Teuchitlán. O grupo chegou ao local após uma denúncia anônima.
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Forças de segurança montam guarda durante uma busca no rancho Izaguirre — Foto: Ulises Ruiz / AFP
De acordo com investigações preliminares,o local era usado pelo Cartel Nova Geração de Jalisco (CJNG) como um centro de treinamento clandestino para jovens recrutados à força por meio de falsas ofertas de emprego.
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Autoridades sabiam do local
A Procuradoria Geral de Jalisco informou que a fazenda havia sido descoberta em setembro de 2024,durante uma operação da Guarda Nacional. Na época,10 pessoas foram presas,dois sequestrados resgatados e um corpo foi encontrado. Além disso,armas,coletes balísticos e “dois lotes de restos mortais expostos termicamente” foram identificados.
No entanto,os restos mortais recentemente encontrados passaram despercebidos naquela ocasião. De acordo com o gabinete do procurador-geral do estado,os criminosos esconderam as vítimas em um espaço subterrâneo,coberto por uma laje de tijolos — um método que,segundo as autoridades,não havia sido utilizado pelo grupo até então.
Grupo localizou três crematórios com restos mortais incinerados escondidos sob uma camada de terra — Foto: Ulises Ruiz / AFP
A ONU se manifestou sobre o caso,classificando como “perturbador” o fato de que a Guarda Nacional e a Procuradoria de Jalisco não tenham detectado "evidências cruciais" durante a operação de setembro.
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Suspeitas de encobrimento
A revelação de que a fazenda já havia sido inspecionada no ano passado pela Guarda Nacional gerou suspeitas de um possível encobrimento por parte das autoridades locais. Um coletivo de organizações de direitos humanos e familiares de desaparecidos questionou como um “campo de extermínio” poderia operar sem o conhecimento das forças de segurança.
"É impossível aceitar que este megacampo de extermínio tenha operado sem a cumplicidade das autoridades ou das forças de segurança",declarou o coletivo,pedindo que o governo federal assumisse a investigação.
Agentes também encontraram diversos itens pessoais,identidades e listas de nomes. — Foto: Ulises Ruiz / AFP
O procurador-geral do México,Alejandro Gertz Manero,também levantou dúvidas sobre a atuação das autoridades estaduais.
— Não é crível que uma situação desta natureza não tenha sido do conhecimento das autoridades locais daquele município e do estado — afirmou Manero.
A presidente mexicana,Claudia Sheinbaum,por sua vez,garantiu que a Procuradoria-Geral da República,em parceria com o governo de Jalisco,investigará o caso.
— As responsabilidades que devem ser determinadas obviamente serão determinadas — disse,na última quarta-feira.
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Em uma declaração,o gabinete do Procurador-Geral de Jalisco disse que o promotor estadual “está revisando o que aconteceu e quão minuciosamente o local foi inspecionado na época,a fim de determinar se algum procedimento de campo foi negligenciado pelo pessoal então designado durante a administração anterior”.
Protestos tomaram as ruas
No último sábado,centenas de pessoas se reuniram na praça principal da Cidade do México para exigir justiça pelos desaparecidos. Manifestantes desenharam no chão a planta da fazenda e posicionaram sapatos dentro dos retângulos,simbolizando os pertences encontrados no local. Manifestações também ocorreram em Guadalajara,Tijuana,Veracruz e San Luis Potosí.
Manifestantes posicionaram sapatos dentro dos retângulos,simbolizando os pertences encontrados no local — Foto: Ulises Ruiz / AFP
Durante o protesto,Aurora Corona,de 58 anos,lamentou o desaparecimento do filho,em março do ano passado.
— Estou aqui para levantar minha voz pelo meu filho e por todos os desaparecidos — disse,emocionada.
Juan Carlos Pérez,estudante de 22 anos,afirmou que participar do protesto foi uma forma de se conscientizar sobre a violência que assola o país.
— Minha primeira reação [à descoberta] foi triste,mas comecei a me interessar pelas notícias e percebi que poderia ter sido eu,poderia ter sido meu pai,minha mãe — disse o jovem.
Alguns manifestantes fizeram comparações entre os crematórios clandestinos e os campos de extermínio nazistas. Alejandra Flores,acadêmica de 38 anos,carregava uma faixa com a inscrição “México = Auschwitz”.
— O que está acontecendo no México não é mais sustentável para o país nem para os governos — afirmou.
*Com AFP
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