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‘Dólar acima de R$ 6 é complicado para a indústria. Como a gente projeta?’, diz CEO da Lenovo Brasil
2025-01-21 IDOPRESS
Ricardo Bloj,presidente da Lenovo no Brasil — Foto: Divulgação
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 18/01/2025 - 19:53
Lenovo destaca rápido avanço tecnológico no Brasil com foco em IA
Presidente da Lenovo destaca rápida adoção de tecnologia no Brasil,com ampliação de portfólio e foco em IA. Empresa lança mais de 60 produtos na CES 2025,prevendo desafios de mercado devido a dólar e juros altos. Investimentos no Brasil visam produção local e inovação com IA,apesar dos desafios cambiais. Crescimento da empresa se concentra em computadores,servidores,e serviços,com foco em diferentes segmentos como educação e games.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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A Lenovo,uma das marcas de notebooks mais conhecidas do mundo,está em plena ampliação de portfólio. A multinacional chinesa apresentou mais de 60 novos produtos na CES 2025,a maior feira de eletrônicos e tecnologia do mundo,realizada em Las Vegas no início do mês.
Em entrevista ao GLOBO,Ricardo Bloj,presidente da Lenovo Brasil,antecipa que a maior parte dos novos computadores,monitores e tablets,entre outros dispositivos projetados para a nova era da inteligência artificial (IA),chegam ainda neste ano ao mercado brasileiro. Ele expressa a importância do Brasil no fato de o país ter um dos 15 centros de tecnologia da Lenovo espalhados pelo mundo.
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No entanto,com suas mais de três décadas de experiência na área,o executivo prevê um ano desafiador para as vendas do setor,com a disparada do dólar,que encarece componentes importados,e o juro em alta,dificultando o crédito.
Uma das válvulas de escape da Lenovo no Brasil é o plano de crescer nos serviços para empresas como a Petrobras,com quem firmou contrato recente para supercomputadores.
A Lenovo apresentou na CES vários produtos novos,como notebook com tela extensível,fones de ouvido que traduzem,vestíveis com IA. A janela entre o anúncio de um conceito e o lançamento ficou menor?
Tem diminuído. Tivemos mais de 60 lançamentos durante a CES. E o que vamos ver agora com a IA é que,tendo produtos disponíveis com maior processamento vão surgir novas aplicações e serviços,que vão alavancar mais rapidamente a tecnologia.
Estou há mais de 30 anos nesse mercado e vi a internet nascer. E de repente todo mundo começou a usá-la,a buscar informação e a comprar. Mas isso levou um tempo para acontecer. Dessa vez,a utilização da IA será exponencial,pois o acesso está na palma da mão.
Hoje os produtos,como notebooks e celulares,estão ganhando capacidade antes da chegada das novas aplicações. No passado,foi ao contrário. Antes você tinha internet,mas não capacidade de comunicação de rede e processamento. Temos trazido para o Brasil todas as novidades que temos mostrado no exterior.
Praticamente todo mês lançamos um novo produto. De acordo com as previsões de consultorias,até 2026,mais de 60% dos computadores já estarão preparados para rodar as aplicações de IA.
E como a Lenovo está estruturada no Brasil para trazer rapidamente esses lançamentos?
Cerca de 95% do que a gente vende no Brasil são fabricados aqui,em nossas unidades de Indaiatuba (SP) e Manaus (AM),no Amazonas. Tudo que é produto de alta escala produzimos aqui para ter um produto mais competitivo no mercado. Modelos de baixa escala e de preço maior normalmente a gente importa.
Com um mês de diferença (do lançamento lá fora) a gente já coloca no país. Para fabricar aqui,a janela é de três meses. O brasileiro adota a tecnologia muito rápido. Temos de estar realmente sempre trazendo as últimas tecnologias para cá.
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E quais são os planos de investimento no Brasil para fabricar novos produtos?
Temos feito investimentos anuais. Nossa capacidade fabril é bastante flexível,para poder aumentar de acordo com a demanda. Posso levar a unidade a três turnos facilmente. A gente tem crescido em termos de participação de mercado cerca de 1,5 ponto percentual todo ano.
Mas não é só volume. É ter a capacidade de produzir produtos cada vez mais completos. As placas eletrônicas são montadas em Manaus. E isso requer investimentos.
Para cada nova família de produto a gente tem que investir uma média de US$ 250 mil a US$ 300 mil. Em pesquisa e desenvolvimento,investimos quase R$ 200 milhões por ano no Brasil. Somos um dos 15 centros de pesquisa da Lenovo no mundo.
Criamos um sistema baseado em IA que interpreta e traduz em libras a voz sintetizada em parceria com o Instituto Cesar. O sistema Linux que usamos nas nossas máquinas foi desenvolvido no Brasil,por exemplo. É uma forma de criar coisas aqui para a Lenovo globalmente.
“Se ganhou um contrato com entregas de 12 a 24 meses,você tem de projetar o dólar. E qual dólar a gente projeta?”
E como a alta recente do dólar afeta a competitividade?
Praticamente 90% do custo de um equipamento dependem dos componentes importados,atrelados ao dólar. Então,toda vez que você tem um aumento desses é muito complicado. O nível do câmbio em R$ 6,10 ou R$ 6,30 é complicado,mas o pior é o ciclo,pois a nossa cadeia de suprimentos é muito estendida. Tem material que está saindo hoje da China e eu só vou usar provavelmente no fim de março. É uma cauda longa.
Por exemplo,se você ganhou um contrato público e prevê entregas de 12 a 24 meses,você tem de projetar esse dólar. E qual dólar a gente projeta? Como fazer isso? Se eu tivesse essa resposta,estava milionário. Mas temos que jogar com as incertezas,fazendo provisões. E com isso você tem esse material exposto à variação do dólar nesse período. E a gente tem que repassar isso no preço para o mercado. Não tem como.
E para o varejo também?
Quando você fala em varejo e pessoa física,não só o dólar (importa),mas a taxa de juros também,pois você está falando de crediário. E o custo fica mais alto. Apesar de a taxa de juros estar em um patamar alto,o mercado se recuperou bem e cresceu pouco mais de 1% no ano passado. Nós crescemos quase 14% no ano passado. E esse ano vamos ver.
Olhando a taxa de juros e o câmbio,é desafiador comparado com o ano passado. Talvez a gente veja um impacto um pouco maior na pessoa física,por conta do repasse de preços e da taxa de juros. Mas,por outro lado,pouco acima de 50% das máquinas no Brasil têm mais de quatro anos. Quem trocou (um laptop,por exemplo) no começo da pandemia já está chegando no ciclo de vida de troca. Mas nem por isso deixaremos de trazer as novidades.
Inteligência artificial: ferramenta recria personagens icônicos com traços 'realistas'; veja imagens
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Paulista Hidreley Dião usa Photoshop e inteligência artificial para 'dar vida' a personagens icônicos — Foto: Reprodução/Instagram
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Assim seria o Snoopy em sua vida real,de acordo com a IA — Foto: Copilot
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Homer e Marge Simpson,na criação de Hidreley Dião — Foto: Reprodução/Instagram
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Moe,dono do bar frequentado por Homer Simpson,na criação de Hidreley Dião — Foto: Reprodução/Instagram
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Princesa Aurora,mais conhecida como Bela Adormecida,segundo ferramenta de Inteligência Artificial — Foto: Reprodução/La Nacion
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Na quarta imagem,Shrek parece diferente de todas as outras imagens por ter cabelos grisalhos e barba — Foto: Copilot
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Esta é a aparência de Shrek e Burro na vida real,de acordo com o Copilot — Foto: Copilot
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Paulista Hidreley Dião usa Photoshop e inteligência artificial para 'dar vida' a personagens icônicos — Foto: Reprodução/Instagram
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Paulista Hidreley Dião usa Photoshop e inteligência artificial para 'dar vida' a personagens icônicos — Foto: Reprodução/Instagram
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Paulista Hidreley Dião usa Photoshop e inteligência artificial para 'dar vida' a personagens icônicos — Foto: Reprodução/Instagram
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Esta é a aparência de Johnny Bravo na vida real,segundo Copilot — Foto: Co-piloto
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Esta é a aparência de Johnny Bravo na vida real,segundo Copilot — Foto: Co-piloto
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Bob Esponja na "vida real" — Foto: Copilot
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Garfield — Foto: Copilot
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E qual pode ser o nível de repasse nos preços?
Depende muito da elasticidade de preço do mercado. Se você faz um aumento de preço na ponta muito alto,a venda retrai. Por mais que você repasse o custo do dólar,tem que ver como o mercado está. Há varejistas com inventário (estoque) antigo. E eles continuam vendendo com um preço mais baixo.
E aí,com a reposição,sempre existe um ajuste porque todo mundo está repassando já com um valor mais alto. Eu diria que esse mercado é diferente do de combustível,no qual o reajuste está na bomba no dia seguinte.
Esse tem sido o desafio,mas estamos acostumados. Faz anos que a gente vive assim com oscilações. E o mercado amadureceu muito. O cliente compra uma máquina mais configurada e já pensa em um investimento a longo prazo. Este ano a gente vai ter o fim do suporte para o Windows 10. Então as pessoas vão ter de migrar para o 11.
Tem essa questão da IA,a pessoa já pode comprar uma máquina mais preparada para ela. E tem ainda o processo de educação. O consumidor final está usando muito o ChatGPT,mas não tanto o Copilot ou as ferramentas de produtividade.
Computadores são o principal negócio da Lenovo no Brasil?
Notebook é o carro-chefe,mas o governo continua comprando muito desktop. A área de computação pessoal,que engloba PCs,notebooks e tablets e celulares,representa mundialmente quase 75% dos negócios da companhia. A área de servidores e serviços tem crescido dois dígitos ano a ano. Há três anos apostamos na linha de tablets,com fabricação local. E hoje temos cerca de 10% de participação de mercado.
Temos três modelos para o varejo e o segmento corporativo,no qual a gente pode crescer muito mais. Na área de educação,trouxemos o Cromebook,além de óculos de realidade aumentada e acessórios,como mochilas e hubs de USB. Em games,entramos nesse setor há cinco anos. Trouxemos a linha mais premium e a de entrada. Conseguimos trazer um portfólio que atende a vários tipos de consumidor. Nossa estratégia é continuar ganhando participação no mercado.
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