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Ozempic, Wegovy, Mounjaro e Zepbound: vendas dos remédios de última geração cresceu 92% neste ano, diz nova pesquisa
2024-12-12 HaiPress
Os medicamentos superaram áreas tradicionais da medicina,como a oncologia,quando o assunto é o crescimento — Foto: Freepik
RESUMO
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Vendas de Medicamentos para Emagrecimento em Alta
Vendas de medicamentos para emagrecimento,como Ozempic e Wegovy,crescem 92% em 2024. Estudo destaca desafios de efeitos colaterais e concorrência. Novas gerações,como CagriSema e Zepbound,prometem revolucionar tratamentos. Setor farmacêutico prevê expansão exponencial,mas enfrenta riscos com genéricos.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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Medicamentos usados para emagrecimento,como ozempic,Wegovy,Mounjaro e Zepbound,contribuíram para o crescimento da indústria farmacêutica neste ano,é o que aponta o relatório “The weight is over: How GLP-1 treatments are reshaping pharma and beyond” (O peso acabou: como os tratamentos com GLP-1 estão remodelando a indústria farmacêutica e muito mais,em tradução livre),divulgado nesta semana pelo time de economistas da Allianz Research,departamento de análise da Allianz Trade,líder mundial em seguro de crédito.
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As vendas desses medicamentos cresceram de 4,5 bilhões de euros em 2021 para 21,2 bilhões em 2023,com expectativa de chegar a 92 bilhões de euros até 2030. Apenas em 2024,o crescimento deles chegou na marca de 92%. Eles superaram áreas tradicionais da medicina,quando o assunto é o crescimento.
Segundo o estudo,esses medicamentos representaram 46% do número total de vendas em 2023,enquanto a oncologia representou 26%,a parte de imunologia 20% e a área das vacinas 15%.
“Acreditamos que o entusiasmo em torno dos medicamentos GLP-1 veio para ficar e seu desenvolvimento marca o início de um novo capítulo para a endocrinologia e a nutrição,o que pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos,talvez até melhores”,afirmam os economistas do estudo.
Entretanto,eles afirmam que o uso desses medicamentos ainda é ambíguo principalmente por conta de seus efeitos colaterais,como: náusea,diarreia e distúrbios estomacais e perda muscular. Os efeitos colaterais de longo prazo continuam sendo uma dúvida.
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O relatório aponta que outro grande desafio é a intensificação da concorrência de medicamentos novos,genéricos e “imitadores”.
O setor está investindo e explorando mais do que nunca nas áreas de obesidade,diabetes e doenças metabólicas,portanto,é muito provável que novos tratamentos semelhantes e até melhores do que os utilizados atualmente cheguem ao mercado nos próximos anos.
O estudo englobou principalmente os quatro remédios principais da área: Ozempic e Wegovy,da Novo Nordisk; Mounjaro e Zepbound da Eli Lily,mas cita também um novo medicamento da Novo Nordisk em fase avançada de testes clínicos,chamado de CagriSema,uma combinação de Semaglutida e Cagrilintida,prometendo maior eficácia na perda de peso — até 25% do peso corporal.
O Zepbound tem como princípio ativo a tirzepatida,mesma substância do Mounjaro — medicamento semelhante da Eli Lilly,mas que tem como indicação o tratamento de diabetes tipo 2. É o mesmo caso do Ozempic e do Wegovy,em que ambos são à base de semaglutida,mas o primeiro é oficialmente para pacientes diabéticos,enquanto o segundo é destinado à perda de peso.
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Todos esses medicamentos fazem parte da classe chamada análogos de GLP-1,que tem sido apontada pelos especialistas como uma verdadeira revolução na forma como se trata a obesidade,uma doença crônica e multifatorial.
O relatório mostra ainda que as indústrias que produzem esses medicamentos também vão ter um crescimento exponencial em suas receitas. A Novo Nordisk,por exemplo,espera crescer em 24% enquanto a Eli Lilly,33%. Além da receita desses quatro produtos juntos aumentar em 92% este ano,as indústrias planejam um crescimento adicional de mais 45% em 2025 à medida que penetram progressivamente em outros novos mercados.
Medicamentos genéricos
Um risco,segundo o estudo,é a competição de medicamentos genéricos e alternativos,especialmente na China,onde eles devem começar a ser comercializados a partir de 2026 e pode reduzir as margens de lucro.
Embora as patentes concedam poder de fixação de preços durante um período e proteção substancial de participação de mercado ao detentor (que tem direitos exclusivos sobre os ingredientes ativos,as fórmulas e os processos de fabricação),elas vão expirar.
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Entretanto,as versões genéricas dos medicamentos também precisam ser aprovadas primeiro pelas autoridades regulatórias locais,como a Anvisa no Brasil. Mas,uma vez aprovadas,o relatório afirma que as versões genéricas dos medicamentos podem pegar de 50% a 70% da participação no mercado no primeiro ano de comercialização.
Como agem os medicamentos?
No caso da semaglutida e da liraglutida,eles simulam apenas o hormônio GLP-1 no corpo humano. Existem receptores dele em diversas partes do corpo: no pâncreas,essa interação aumenta a produção de insulina.
Por isso,inicialmente,os fármacos do tipo foram pensados para diabetes tipo 2. Além do Ozempic,destinado a esse público,existe o Victoza,que é a versão da liraglutida para pacientes diabéticos.
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Já no estômago,o GLP-1 reduz a velocidade da digestão da comida e,no cérebro,ativa a sensação de saciedade. Esses mecanismos levam a pessoa a sentir menos fome e,consequentemente,reduzir as calorias ingeridas por dia.
A tirzepatida é uma ainda nova geração,que tem o diferencial de ser um duplo agonista,simulando não só o hormônio GLP-1 como também um outro intestinal chamado GIP. Já a retatrutida é o mais recente,sendo um triplo agonista: além do GLP-1 e do GIP,simula também o GCC.
Todos os medicamentos devem ser utilizados somente mediante indicação médica e têm efeitos colaterais.
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