Tarcísio tenta se descolar de barbárie que incentivou

2024-12-04     HaiPress

Tarcísio de Freitas em solenidade pelos 54 anos da Rota,em outubro de 2024 — Foto: Pablo Jacob / Governo do Estado de SP

RESUMO

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GERADO EM: 03/12/2024 - 19:23

Governador de SP enfrenta crise por ações policiais violentas.

Tarcísio de Freitas,governador de São Paulo,enfrenta a perplexidade ao tentar se distanciar de ações violentas da polícia que antes estimulava. Casos recentes de barbárie policial levam o governador a prometer investigações e punições,após ter incentivado condutas ilegais. Seu secretário de Segurança Pública,Guilherme Derrite,anteriormente afastado por excesso de violência,mudou normas para proteger PMs acusados de crimes. A polícia paulista protagonizou casos chocantes,enquanto Tarcísio tenta agora se desvincular da brutalidade que antes encorajava.

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Tarcísio de Freitas prometeu investigar e punir os protagonistas dos novos casos de barbárie policial em São Paulo. O governador se disse contrariado com os PMs que mataram um homem pelas costas e atiraram outro de uma ponte. Os agentes devem estar surpresos com a súbita reprovação do chefe.

Tarcísio entregou a Segurança Pública a Guilherme Derrite,um capitão que conseguiu ser afastado da Rota por excesso de violência. Como secretário,ele mudou normas para proteger PMs acusados de praticar crimes. Disse que não queria punir quem “tira bandido de circulação”.

No início do ano,a polícia paulista produziu sua maior carnificina desde o Massacre do Carandiru. A chamada Operação Verão espalhou terror na Baixada Santista e deixou um saldo de 56 mortos. Os agentes taparam as câmeras corporais para não gravarem as execuções sumárias,mas foram premiados com elogios do governador.

Em novembro,a PM de Derrite matou Ryan da Silva Andrade Santos,de 4 anos. No dia seguinte,soldados invadiram o enterro para intimidar a família do menino. Em resposta às críticas,Derrite esvaziou a Ouvidoria das Polícias,que apura abusos de agentes do Estado.

Os casos que vieram à tona nesta semana são chocantes até para os padrões do governo Tarcísio. Um PM de folga executou Gabriel Renan da Silva Soares na porta de um supermercado no Jardim Prudência,na periferia paulistana. O rapaz estava desarmado e era suspeito de furtar três refis de sabão líquido. Depois de matá-lo com 11 tiros,o policial alegou legítima defesa.

Na Cidade Ademar,também na zona sul,PMs interceptaram um motoqueiro numa blitz. Um dos agentes segurou o homem pelas costas e o arremessou do alto de uma ponte. Ele se machucou na queda,mas sobreviveu. Treze policiais participaram da batida,e nenhum deles relatou o fato às autoridades.

Em março,Tarcísio zombou das queixas contra a violência da PM. “O pessoal pode ir na ONU,na Liga da Justiça ou no raio que o parta,que eu não tô nem aí”,debochou. Com palavras e ações,o governador bolsonarista incentivou a tropa a atuar fora da lei. Agora tenta se descolar da barbárie que estimulou.

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