Pogba testou positivo para testosterona — Foto: Isabella BONOTTO / AFP

RESUMO

GERADO EM: 26/11/2024 - 07:59

Julgamento de sequestro de Pogba: Família e crime em Paris

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Um tribunal de Paris começou a julgar nesta terça-feira seis pessoas próximas ao jogador de futebol Paul Pogba,incluindo seu irmão mais velho,por tentativa de extorsão no valor de 13 milhões de euros (13,6 milhões de dólares) em 2022.

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Os seis acusados devem comparecer à Justiça até 3 de dezembro no chamado "caso Pogba",que também envolve o sequestro do então jogador do Manchester United e,posteriormente,da Juventus de Turim.

O caso ganhou notoriedade no final de agosto de 2022,quando seu irmão Mathias divulgou um vídeo nas redes sociais prometendo revelações "explosivas" sobre Paul,sem fornecer mais detalhes.

Pogba testou positivo para testosterona — Foto: MARCO BERTORELLO / AFP

Após este vídeo enigmático,Mathias publicou outro no qual acusava o irmão mais novo de ter feito um feitiço contra Kylian Mbappé,seu companheiro na seleção,por meio de um "marabout",uma espécie de feiticeiro.

Os advogados do jogador e sua agente Rafaela Pimenta afirmaram na época que as declarações de Mathias faziam parte de "ameaças e tentativas de extorsão em grupo organizado".

O jogador internacional,que acabava de assinar contrato com a Juventus,denunciou os fatos na Itália em julho de 2022,antes de ser interrogado na França dias depois.

Paul Pogba disse aos investigadores que "alguns amigos de infância armaram uma armadilha" para ele na madrugada de 20 de março de 2022,quando ainda jogava pelo Manchester United.

Esses conhecidos supostamente o sequestraram e o mantiveram sob a mira de armas por dois homens encapuzados com fuzis de assalto,exigindo pagamento pelos "serviços prestados".

Meio-campista da França Paul Pogba chega para uma sessão de treinamento no Stade de France em Saint-Denis,ao norte de Paris,na véspera da partida de futebol pelas eliminatórias da Euro 2020 entre França e Islândia,em 24 de março de 2019 — Foto: Franck Fife / AFP

Além disso,eles o acusavam de não ter ajudado financeiramente desde que ele se tornou jogador profissional. Pogba afirma que pagou 100.000 euros (105.000 dólares) dos 13 milhões exigidos.

Além deste episódio,Pogba afirmou ter sofrido pressão desses amigos no centro de treinamento dos Bleus,em Manchester e na Itália.

O jogador também teve que pagar uma fatura de 57.227 euros (60.130 dólares na cotação atual),valor gasto por esses indivíduos em uma loja da Adidas na famosa Avenida Champs-Élysées,em Paris.

Contactado pela AFP,o advogado do campeão mundial de 2018,Pierre-Jean Douvier,preferiu não fazer declarações antes do início do julgamento.

"Relação entre irmãos"

Essas pessoas próximas negam as acusações. "Era uma relação de amizade (...) e,além disso,Paul Pogba talvez lhes oferecesse benefícios",afirmou Karim Morand-Lahouazi,advogado de um dos cinco amigos.

Todos alegam que também foram vítimas de violência e pressão dos homens encapuzados,que nunca foram identificados.

"Meu cliente acabou no chão,com as mãos na cabeça e uma arma apontada para ele",acrescentou Morand-Lahouazi.

8º - Paul Pogba,do Manchester United; 34 milhões de dólares - R$ 179,6 milhões AFP — Foto: AFP/AFP

No julgamento que começa nesta terça-feira,os cinco devem responder às acusações de extorsão,sequestro e associação criminosa.

O sexto acusado,Mathias Pogba,ausente na noite do crime,é suspeito de "pressionar seu irmão Paul e sua família para garantir o pagamento da quantia de 13 milhões de euros". Ele deverá responder por tentativa de extorsão e associação criminosa.

A relação entre os irmãos será um tema central do julgamento.

Diante do juiz de instrução,Paul Pogba explicou que o dinheiro afastou os dois irmãos,criando uma dependência econômica de Mathias em relação a ele.

Paul Pogba e seu irmão Mathias Pogba,acusado de extorsão — Foto: GUILLAUME SOUVANT / AFP

"Eu queria retomar uma relação de irmãos e não uma relação financeira",declarou.

Ao mesmo juiz,Mathias expressou o desejo de que a "união" com seu irmão "se restabeleça".

Os acusados enfrentam penas de 5 a 10 anos de prisão.