'É difícil respirar’, diz Gustavo Tubarão sobre a forte crise de pânico que sofreu e que divulgou em suas redes sociais

2024-10-31     HaiPress

Gustavo Tubarão — Foto: Carlos Davi Oliveira Cardoso

RESUMO

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GERADO EM: 30/10/2024 - 17:21

Influenciador Gustavo Tubarão: Crise de Pânico e Equilíbrio Emocional

O influenciador Gustavo Tubarão revela a intensa crise de pânico que enfrentou,destacando a importância da atividade física para seu equilíbrio emocional. Em sua entrevista,aborda como lidar com os sintomas,a relevância do apoio familiar e a pressão psicológica no mundo da influência digital. Além disso,menciona seu livro sobre ansiedade e pânico.

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O influenciador Gustavo Tubarão assustou seus seguidores ao compartilhar um vídeo sofrendo de uma crise de ansiedade e pânico. Ele estava na academia com o amigo Ayslan e com a namorada Jade quando começou a sentir os primeiros sintomas.

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No vídeo publicado em suas redes sociais,Tubarão afirma que foi para uma salinha nos fundos da academia para sair da multidão. Neste momento,ele fala para o amigo: “Não me deixa morrer,não. Está difícil de respirar”.

Segundo o influenciador,fazia anos que ele não tinha uma crise tão severa quanto essa,e que a diferença é que ele sabia o que motivou o ataque: ficar sem atividade física. Tubarão realizou uma viagem recente e ficou 20 dias sem praticar exercícios físicos.

— Eu já conheço o meu corpo. Para mim,ficar sem os meus exercícios,que é quando eu consigo espairecer a cabeça,levar os problemas para longe,é um veneno — disse,em entrevista ao GLOBO.

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O influenciador também lançou um livro chamado “O trem tá feio”,pela editora Citadel,em que ele fala sobre as crises de ansiedade,pânico e como ele se curou da depressão.

Confira a entrevista a seguir:

Quais foram os sintomas e os sinais que fizeram você seguir para a sala?

Eu sinto falta de ar,uma sensação de que tudo vai me fazer mal,que posso morrer por qualquer coisinha e isso já é o início da crise. Fico ansioso,com medo de que alguma coisa aconteça e eu não vou conseguir sair dessa situação. Meu batimento cardíaco também acelera e eu acabo "me afogando com o meu ar",é uma dificuldade muito grande de respirar. Então procuro um lugar mais calmo,mais vazio,pra tentar focar na minha respiração e ir acalmando aos poucos. Quando jogo o relógio no chão no vídeo,ali já estou com crise de pânico. Eu penso que se eu não tirar o relógio do pulso eu vou morrer. Não dá para explicar direito. É muito esquisito. Mas eu conheço o meu corpo. Eu viajei por 20 dias e fiquei sem praticar exercícios físicos. Para mim,ficar sem eles,que é quando eu consigo espairecer a cabeça e levar os problemas para longe,é um veneno.

O que você faz quando esses pensamentos vêm à cabeça?

Primeiro eu tento me acalmar,coloco na minha mente que não vou morrer,que é só um pânico. É muito difícil fazer isso. Comecei a ter esse autocontrole faz um ano,mas não é sempre que a gente consegue segurar. Ali,naquele momento,principalmente,é muito difícil pensar em coisas positivas e fazer os exercícios de respiração,mas seria o certo a se fazer. E faço o que eu fiz: tento sair de perto de todo mundo,tento não conversar com ninguém para organizar a minha mente. Quando tem muita gente ao meu redor,tento me acalmar,saio,fico uns 15 minutinhos longe,depois volto. Tanto é que quando estou nesse estado,quando alguém vai conversar comigo,eu não consigo nem prestar atenção no que a pessoa fala.

A Jade,sua namorada,e o Ayslan,seu amigo,estavam juntos com você na hora da crise. Qual é a importância de ter pessoas conhecidas ao seu lado em momentos como esse?

É o que fez a diferença para conseguir me acalmar mais rápido,porque estava perto de pessoas que já entendem o que preciso,como elas precisam que agir para me passar segurança e acompanhar a situação do jeito certo pra mim. Então é muito importante ter pessoas que sabem como lidar nesse tipo de situação para não piorar aquilo e sim ajudar durante a crise. Antes,quando a minha mãe tentava me ajudar,eu via tristeza no olhar dela e o desespero dela,e parecia que eu olhava para ela e via o quanto ela estava preocupada,às vezes isso acabava piorando. Hoje,quem me acalma é minha namorada,ela também já teve crise e eu a ajudei.

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No seu livro,você afirma que as crises de ansiedade se intensificaram com a fama,por quê?

Sou uma pessoa que não consigo parar de pensar,e eu canso demais porque eu escrevo meus roteiros,eu gravo meus vídeos,eu edito,eu também ajudo os meninos que gravam comigo. É o dia inteiro assim,e cansa muito mentalmente. Quando falam que influenciador não cansa,eu concordo. Fisicamente,realmente não cansa,mas a gente trabalha com a nossa mente e isso nos esgota demais. Tem muita pressão. São prazos de entrega,cobrança em cima de você. São um turbilhão de coisas. Se a pessoa vai entrar nesse meio achando que é fácil,não é fácil. Muitas coisas são boas,tem muito ponto positivo,mas o ponto mais negativo de todos é a questão da pressão psicológica que é muito séria,então se a pessoa vai entrar e pensar que vai ser um mar de rosas,não vai ser não.

Você acredita que para ser influenciador hoje precisa estar com a saúde mental em dia?

Quando comecei a gravar o vídeo,eu estava meio afundado na depressão. Gravar vídeos acabou virando uma terapia para mim. Mas para se manter na internet,depois da fama e do sucesso,aí sim precisa estar com a saúde mental em dia. A dica que eu deixo para quem está começando é essa,porque é uma virada de chave na vida da pessoa. Você descobre muita falsidade,sua própria família começa a te tratar diferente. Digo que a internet é uma roda gigante,com altos e baixos. Eu não estou generalizando todos,mas muitas pessoas ali são interesseiras,inventam mentiras para se dar bem,sair por cima. Então,para se manter,precisa estar bem da cabeça.

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