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FMA diz que moçambicana LAM precisa de mais de 9 milhões para continuar
2024-10-28 HaiPress
Numa nota enviada à Lusa,a FMA,que deixou o processo de reestruturação da LAM,em 12 de setembro,após 15 meses,refere que a frota da companhia aérea moçambicana "diminuiu para três aeronaves,de dez",durante o período da gestão da empresa sul-africana,tendo agora "necessidade urgente de apoio".
"Sem um resgate governamental de,pelo menos,10 milhões de dólares [9,2 milhões de euros],o futuro da LAM continua incerto",afirma a FMA.
O acordo entre a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e a FMA,empresa sul-africana que liderou a restruturação da companhia de bandeira moçambicana,terminou em 12 de setembro,avançou na altura à Lusa Theunis Christian de Klerk Crous,da FMA.
"Nós tínhamos um contrato com a LAM e o contrato terminou. Fizemos o que fomos contratados para fazer",explicou Theunis Crous,um sócio da FMA que ocupou interinamente a direção da LAM entre fevereiro e julho deste ano,no âmbito do plano de reestruturação da companhia de bandeira moçambicana,que começou em 2023.
O contrato entre a FMA e a LAM vigorava desde abril de 2023,quando a empresa sul-africana foi chamada para implementar uma estratégia de revitalização da empresa,após anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos,com registo de alguns incidentes,não fatais,associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.
Num comunicado assinado por Theunis Crous,a FMA diz ver com "grande preocupação" a suspensão da LAM do sistema de compensação,entre companhias,da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) "por não honrar os seus compromissos".
"Durante o envolvimento da FMA,a gestão da IATA foi um ponto focal,uma vez que representava uma perda significativa de dinheiro para a LAM. A FMA tomou medidas decisivas para suspender todos os pagamentos aos fornecedores através da IATA,conseguindo controlar com sucesso os custos relacionados com a IATA. No entanto,desde a saída da FMA houve um aumento relatado nos gastos,com as faturas dos fornecedores enviadas à IATA a totalizarem três milhões de dólares [2,8 milhões de euros]",alerta,no mesmo comunicado.
"Além disso,chegou ao nosso conhecimento que os fornecedores e prestadores de serviços não foram pagos,levando a um aumento dos preços dos bilhetes de avião -- um forte contraste com a redução de preços de 30% que a FMA implementou durante a sua liderança",acrescenta.
A empresa refere ainda que o acordo alcançado em julho,que levou à nomeação de Américo Muchanga como novo presidente da LAM,"marcou uma transição suave para uma nova liderança",com a FMA a expressar "a sua vontade de colaborar no futuro,se necessário".
"O período sob a orientação da FMA foi fundamental para a estabilização da companhia aérea,apesar da necessidade de uma maior renovação da frota e dos esforços para manter a viabilidade operacional",descreve a empresa,recordando que "teve apenas 15 meses para enfrentar a complexa tarefa de reestruturação da LAM",que "muitos consideravam impossível".
"Embora tenham sido feitos progressos significativos,nenhum esforço de reestruturação pode ser plenamente realizado num período de tempo tão limitado,o que contribui para os atuais desafios que a LAM enfrenta. A FMA continua empenhada em apoiar o Governo e o povo de Moçambique e está pronta para ajudar na revitalização da economia,aproveitando a sua vasta experiência nos setores aéreos moçambicano,regional e internacional",acrescenta.
No mesmo documento a FMA recorda que a intervenção que realizou na LAM "ocorreu num momento crítico",em que a companhia aérea moçambicana "enfrentava graves desafios financeiros,incluindo dívidas no valor de aproximadamente 400 milhões de dólares [370,4 milhões de euros]".
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