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"Estar" na direção do FMI e BM permite colocar na agenda temas de África
2024-10-27 HaiPress
"Vamos colocar na agenda os temas que interessam a Cabo Verde e ao continente africano,dando prioridade à ação climática,aos empregos para os jovens e as mulheres,à transição digital,à diversificação da economia,ao acesso à energia para todos e ao financiamento concessional para desenvolver as nossas economias",disse Olavo Correia.
Em entrevista à Lusa à margem dos Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial,que terminam hoje em Washington,Olavo Correia destacou a importância não só da sua nomeação para ser o presidente das reuniões de direção destes grupos no próximo ano,mas também da escolha de Harold Tavares -- até agora diretor executivo suplente para o grupo de África II no Banco Mundial - para administrador executivo do Grupo Banco Mundial.
"Isto acontece uma vez em cada 50 anos; para podermos ser referenciados temos de marcar pela presença,senão ninguém fala de Cabo Verde",disse Olavo Correia,vincando que "estar presente nas direções do FMI e do Banco Mundial aumenta a projeção,a notoriedade e a reputação de Cabo Verde,e isso depois vai ser canalizado para mais financiamentos,melhores abordagens nas relações com os parceiros institucionais,e melhorar a projeção do país a nível internacional,que é um ativo intangível,mas de elevada importância para um pequeno estado insular".
Na declaração de 'passagem de testemunho',no final da reunião dos governadores deste ano,o ainda presidente do conselho de governadores,Ahmed Munawar,congratulou Cabo Verde,lançando a dúvida sobre como pronunciar o nome do país,se na pronúncia portuguesa,se na versão brasileira: "Algumas pessoas dizem Cabo Verde,outras 'Cabo Verdji',mas saberemos a correta pronunciação no futuro,certamente."
Na entrevista à Lusa,Olavo Correia destacou também a necessidade de mudar o paradigma do crescimento económico africano,deixando de lado a preocupação sobre se os países crescem acima ou abaixo das previsões do FMI.
"Cabo Verde vai crescer 5,5%,mas o grande desafio do continente é como duplicar,durante quatro décadas,o crescimento,para transformar África; se não conseguirmos isso,os problemas serão sempre os mesmos",afirmou.
Para o ministro das Finanças de Cabo Verde,entre as áreas prioritárias estão a ação climática,o aumento da participação do setor privado e a formação do capital humano,para garantir uma transformação estrutural do continente.
"Se não fizermos isto,atiramos 20 milhões de pessoas para o desemprego todos os anos,perpetuando e amplificando a pobreza extrema",afirmou,alertando que um continente que albergará um quarto da população mundial em 2050 é importante para todo o mundo.
"Se não criarmos oportunidades para os jovens em África,não teremos uma África de paz e estabilidade,teremos emigração forçada instável,insegurança e golpes de Estado,e isso não será apenas um problema africano,será um problema mundial",avisou.
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