12-20
Casal preso por dopar macacos no Jardim Botânico pode ter tentado capturar filhotes dos animais
2024-09-11 HaiPress
O sedativo era colocado dentro de bananas para atrair os animais — Foto: Reprodução
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 11/09/2024 - 04:30
Casal dopa macacos no Jardim Botânico: ligação com tráfico de animais investigada.
Casal preso por dopar macacos no Jardim Botânico pode ter tentado capturar filhotes. Macacas lactantes foram sedadas com clonazepam em bananas. Instituto Vida Livre cuida dos animais. Casal responderá por crimes ambientais e pode ter ligação com tráfico de animais. Polícia investiga o caso.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
LEIA AQUI
O casal preso em flagrante,nesta segunda-feira,por dopar macacos com calmantes misturados em bananas no Jardim Botânico,na Zona Sul do Rio,pode ter buscado a captura também de filhotes. Segundo o Instituto Vida Livre,ONG que trabalha na reabilitação e soltura de animais em situação de risco,as fêmeas dopadas estavam lactando,ou seja,amamentando. O Instituto,porém,ainda não obteve informações sobre a existência de filhotes capturados. Segundo a polícia,o objetivo de Luan Carlos Siqueira e Sarah Porto Silva era capturar os macacos para vender em feitas clandestinas.
Hora de economizar: estiagem prolongada no Estado do Rio deixa sistemas de abastecimento de água em estado de alerta
As duas macacas fêmeas afetadas pelo crime foram encaminhadas ao Instituto Vida Livre,também localizado no bairro,onde seguem em tratamento intensivo.
O resgate e o estado de saúde das macacas
Na tarde de segunda-feira,por volta das 17h,a equipe do Jardim Botânico alertou o Instituto Vida Livre sobre uma jovem macaca que aparentava estar sob sedação. Ela chegou ao local descoordenada e visivelmente atordoada,o que levou a equipe a agir rapidamente,mesmo com o Instituto prestes a fechar. Poucos minutos depois,um segundo chamado foi feito,informando sobre outra fêmea,mais velha,com os mesmos sintomas de sedação.
Os animais estão sob observação e receberam frutas,enquanto foram evitados potes de água por precaução,devido ao risco de convulsão. De acordo com o veterinário Thiago Muniz,responsável pelo tratamento dos animais no Instituto Vida Livre,o uso de clonazepam em animais silvestres pode representar sérios riscos.
— O clonazepam é um benzodiazepínico,como o diazepam. Ele interfere principalmente na sonolência,causando a sedação propriamente dita. Sem considerar a dose adequada ou o peso do animal,pode-se administrar uma superdosagem. Se isso ocorrer,a medicação pode causar uma depressão excessiva,aumentando o risco de morte do animal,com parada cardiorrespiratória e outros efeitos colaterais associados — explica.
Ele também alertou sobre o impacto da substância nos filhotes das macacas lactantes.
— É um medicamento que é absorvido pela corrente sanguínea e excretado pelo leite. Portanto,da mesma forma que afeta o animal adulto,também pode afetar os filhotes,que estarão sujeitos aos mesmos riscos colaterais — aponta.
A prisão e os crimes ambientais
Luan Carlos Siqueira e Sarah Porto Silva foram presos em flagrante dentro do Jardim Botânico com bananas e calmantes clonazepam,utilizados para sedar os macacos. Segundo a polícia,o casal dopava os animais para capturá-los e vendê-los ilegalmente em feiras clandestinas. A ação foi descoberta após um vídeo,feito no domingo,flagrar um dos macacos com comportamento alterado,visivelmente tonto,o que motivou a investigação.
Os dois foram autuados por crimes ambientais com base nos artigos 29 e 32 da Lei de Crimes Ambientais. O "artigo 29" prevê pena de detenção de seis meses a um ano,além de multa,para quem "matar,perseguir,caçar,apanhar,ou utilizar espécimes da fauna silvestre" sem autorização. Já o "artigo 32" trata da prática de "abuso,maus-tratos,ferimento ou mutilação de animais",com pena de três meses a um ano de detenção,além de multa.
A polícia também investiga a possível participação do casal em uma organização criminosa voltada ao tráfico de animais. Segundo as autoridades,as investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema ilegal e garantir a proteção dos macacos e de outros animais que possam estar em risco.
Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.