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Inteligência artificial até na lavoura: tecnologia cruza dados do clima para acionar irrigação na seca
2024-08-20 HaiPress
Sistema autônomo para o sensoriamento do estresse hídrico das plantas desenvolvido pela Embrapa Agroindústria Tropical (CE) — Foto: Otto Souza
RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para vocêGERADO EM: 20/08/2024 - 04:00
"Sensor de baixo custo com IA otimiza irrigação no Nordeste"
Embrapa e UFC desenvolvem sensor de baixo custo com IA para acionar irrigação em plantações no Nordeste,reduzindo consumo de água. Sensor inovador identifica padrões de estresse hídrico,permitindo maior eficiência na produção agrícola. Tecnologia promete retorno financeiro e parceria com empresa para comercialização em até dois anos.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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A Embrapa Agroindústria Tropical,em Fortaleza,desenvolveu um sensor capaz de identificar o momento ideal e a quantidade exata de água de que uma planta necessita. O sistema baseia-se em uma inteligência artificial que é capaz de medir parâmetros como radiação solar,umidade do ar e hidratação das folhas e usar essas informações para acionar automaticamente o equipamento de irrigação.
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Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC),o sensor é capaz de operar sob uma das condições mais críticas da agricultura do Nordeste do país: a falta de água. Com isso,um dos objetivos do projeto é reduzir o consumo de água,principalmente nas operações de pequenos e médios produtores.
“Aqui no Nordeste,o grande problema é que nós não temos água. Em alguns anos,as secas são muito duras. Para o produtor,seria muito bom fazer o uso parcimonioso da água que ele tem em cacimba coletada da chuva,e não aplicar isso com base apenas em balanços hídricos que não calculam perfeitamente”,afirma Cláudio Carvalho,pesquisador da Embrapa e orientador do projeto.
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Segundo Otto Sousa,engenheiro da computação,mestrando em Engenharia de Teleinformática e responsável pelo projeto na universidade,o sensor tornará possível manter o nível de produção com um gasto consideravelmente menor de água.
Cláudio Carvalho,pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) — Foto: Divulgação/Embrapa
Ele argumenta que,com o tempo de uso da ferramenta,os produtores conseguem compensar o investimento inicial na instalação e calibração do sistema. “Seria uma relação parecida com o que temos com placas solares. Após o custo inicial,há um retorno financeiro bastante considerável”,diz.
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Já existem soluções parecidas,conta Sousa,mas que “ou são caras ou não tão precisas”. Atualmente,as principais tecnologias baseiam-se no uso de tensiômetros,aparelhos que mensuram o nível de umidade de uma região de solo,ou em câmeras infravermelho,que monitoram o nível de calor de uma região.
“Embora esses métodos já sejam bastante utilizados,eles deixam a desejar na precisão ou no custo de instalação e manutenção,que é alto”,explica o engenheiro. Ele diz que a ideia não é substituir o que já existe,mas oferecer uma terceira opção e,com isso,ajudar principalmente os pequenos e médios produtores.
A tecnologia faz o uso de inteligência artificial para identificar padrões e controlar a irrigação — o que,segundo o pesquisador da Embrapa,é inédito. Segundo Carvalho,o algoritmo é capaz de se “autoalimentar” à medida que levanta informações das plantas.
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Uma rede neural robusta vai armazenar os dados da coleta. “Na prática,a IA vai identificar padrões,dizer se aquela plantação está sofrendo ou não com a falta d’água e quanto ela vai precisar no futuro”,afirma ele.
Otto Sousa explica que o acionamento da bomba d’água para irrigação pode ocorrer de maneira automática ou sob responsabilidade de um operador humano. “Nesse caso,o sistema criaria alertas ao operador indicando a necessidade de irrigação da plantação”,conta.
Sistema autônomo para o sensoriamento do estresse hídrico das plantas desenvolvido pela Embrapa Agroindústria Tropical (CE) — Foto: Otto Souza
Após o lançamento da tecnologia,o próximo passo será colocá-la no mercado,mas isso deverá levar até dois anos para acontecer,segundo a professora Atslands Rego da Rocha,do Departamento de Engenharia de Teleinformática da Universidade Federal do Ceará.
Ela diz que os desenvolvedores já estão construindo a versão 2.0 do hardware e aumentando o banco de dados para a modelagem usando as ferramentas de inteligência artificial. “As perspectivas apontam [que teremos] uma solução interessante em alguns meses,mas a comercialização plena só se dará em mais algum tempo”,afirma.
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Para isso,já há conversas avançadas com a empresa 3C3 Tecnologia,especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas para a agricultura irrigada. “Enquanto nós pesquisamos e desenvolvemos o sistema,eles serão parceiros na fabricação dos dispositivos em que se embarcaria esse sistema”,diz Otto Sousa.
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