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Olimpíadas de Paris: Mais nobre da natação, prova dos 100m livre se tornou a mais previsível? Entenda
2024-07-31 HaiPress
A disputa das semifinais dos 100m livre entre os homens,nos Jogos de Paris — Foto: Jonathan Nackstrand/AFP
RESUMO
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Tendência de vitória nas raias centrais na natação olímpica
Prova dos 100m livre nas Olimpíadas de Paris revela a tendência de vitória nas raias centrais. Nadadores rápidos ocupam posições estratégicas,tornando a competição previsível,mas com margem para surpresas devido à alta velocidade da prova. Aspectos como visibilidade e estratégia influenciam o desempenho dos atletas,mantendo a emoção e imprevisibilidade na natação de elite.O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
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A expectativa é alta para o dia de hoje na natação em Paris. É quando será realizada a prova dos 100m livre,considerada a mais nobre da modalidade. E o que não vai faltar são grandes nomes na piscina da Arena La Defense. Há recordistas e campeões olímpicos e mundiais. Só a elite. Difícil apostar num vencedor então,certo? Bom,nem tanto.
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Ao menos é o que o histórico da prova aponta. Principalmente na disputa entre os homens. Todos os últimos cinco campeões olímpicos nos 100m livre nadaram a final na raia 5. Esta sequência interrompeu outra. Entre Seul-1988 e Sidney-2000,os vencedores saíram da 4. Ou seja: depois de Los Angeles-1984,com o americano Rowdy Gaines partindo da 3,o ouro só saiu para nadadores posicionados nas raias centrais.
Não se trata de mágica. As raias 4 e 5 são consideradas as mais rápidas. E há um motivo. O posicionamento dos nadadores é definido pela ordem de classificação.
Na final de hoje,por exemplo,o chinês Pan Zhanle,dono do melhor tempo nas semifinais,vai sair da raia 4. O australiano Kyle Chalmers,ouro na Rio-2016,foi o segundo mais rápido e,por isso,largará na 5. O húngaro Nandor Nemeth,dono da terceira melhor marca,ficará na 3. O francês Maxime Grousset,quarto mais veloz,vai na 6. E assim por diante até que os mais lentos ocupem as mais abertas (1 e 8).
— Qual a intenção? Primeiro que identifica os atletas mais fortes nas raias centrais. Fica mais fácil para quem está assistindo saber que na raia 4 está o melhor atleta da semifinal — explica André Ferreira,o Amendoim,head coach da equipe de natação do Pinheiros.
— Visualmente,se esta disposição se mantiver na prova você vai ter como um voo de pássaros. Já fizeram um estudo e entenderam que é melhor para o público acompanhar assim — completa.
A disposição das raias na piscina e os últimos campeões olímpicos dos 100m livre entre os homens — Foto: Editoria de arte O GLOBO
No Mundial,que ocorre com frequência maior,a última vez que um nadador de outra raia venceu os 100m livre foi em Barcelona-2013,com o australiano James Magnussen na 6. De lá para cá,foram mais seis edições.
Há recursos para tentar evitar ondulações que prejudiquem os nadadores mais distantes do centro. Um deles são as boias “anti-marolas” que fazem a divisão da piscina. Além disso,do total de dez raias,as duas mais abertas não são usadas. Justamente para evitar a turbulência nas paredes.
Ainda assim,existe o privilégio do campo de visão. Quem está nas raias centrais consegue ver melhor os concorrentes de ambos os lados e ter uma ideia de como estão na disputa.
Esta vantagem e a própria predominância das raias centrais nos resultados existem em todas as provas. Então por que não vemos nas outras um domínio tão absoluto como nos 100m livre?
Ao contrário de outras disputas,em que alguns nadadores conseguem adotar a estratégia de se preservar para a final,nos 100m e nos 50m não há como correr este risco. Logo,o centro da piscina acaba sendo ocupado sempre pelos mais fortes — e favoritos — na final. Ainda assim,Ferreira não vê previsibilidade.
— Por ser muito rápida,qualquer centésimo pode mudar a classificação — opinou o head coach do Pinheiros.
Há motivos para crer que a disputa não será apenas entre Zhanle,na raia 4,e Chalmers,na 5. Na 2,estará o romeno David Popovici,ouro no Mundial de 2022,em Budapeste,e dono do recorde mundial até fevereiro,quando o chinês o quebrou.
No feminino,também há domínio das raias centrais. Mas com mais margem para as outras competidores. Na Rio-2016,Simone Manuel,dos EUA,buscou o ouro na 3 (dividido com a canadense Penny Oleksiak,na 5). Em Pequim-08,a alemã Britta Steffen venceu na 7.
Este ano,a disputa deve ser entre a australiana Mollie O’Callagham,ouro nos Mundiais 2022 e 2023; e Siobhán Haughey,de Hong Kong,prata em Tóquio e nos Mundiais 2023 e 2024. Enquanto a primeira sairá na raia 3,a segunda estará na 4.
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